Vamos falar de ciúmes? As definições: Segundo a psicóloga clinica Mariagrazia Marini, esse sentimento apresenta caráter instintivo e natural, sendo também marcado pelo medo, real ou irreal, vergonha de se perder o amor da pessoa amada. O ciúme está relacionado com a falta de confiança no outro e/ou em si próprio e, quando é exagerado, pode tornar-se patológico e transformar-se em uma obsessão. Agora imaginem isso em uma criança, tem noção do estrago e do sentimento de culpa que uma mãe pode sentir?
Aqui a Pi mudou muito desde a chegada do Arthur, no começo ela queria participar, ficou mais apegada com o pai e queria me ajudar, mas como ele era muito pequeno e exigia ( e ainda exige) muito de mim eu não deixava ela muito tempo com ele, até porque ele não desgrudava do peito.
O tempo foi passando e á medida que ele crescia, ele aprendia alguma coisa nova, e todo mundo babava nisso. É normal qualquer pessoa se derreter, mas ele foi crescendo e fazendo muitas coisas em seguida, e todo mundo babando ainda mais. Ela foi regredindo na mesma proporção que ele foi evoluindo, e passou a fazer gracinhas pra ganhar atenção, quis mamar no meu peito, virou o chiclete do pai (Alê), não tomava banho direito, falava igual á um bebê e por ai vai, isso tudo com 6 anos.
Eu nunca fui de ter muita paciência, mas estou melhorando muuuuito, sempre sentei e conversei com ela, expliquei que era assim com ela, que logo ele ia crescer e ficar normal, fazendo manhas, chamando sem parar e pedindo as coisas, assim como ela está hoje em dia. Mas não adiantou falar, e parece que piorou ainda mais.
Criei nossos "momentos" que são raros mas que acontecem de fato, nesses momentos eu cuido dela, dou banho, lavo o cabelo, faço hidratação, cuido das unhas, até desenho nelas, faço cineminha e comemos juntas, sempre falo pra ela que eu sou mãe dela também, mas que ela está uma mocinha e o Tutu é pequeno ainda, não sabe se virar direito, e que é papel da irmã mais velha cuidar do mais novo, e papel da mamãe cuidar dos dois, digo sempre que ela sempre vai ser minha princesa e ele meu príncipe.
Nada disso adianta, ela quer pegar ele e quando eu deixo ela aperta e ele chora, dai ela fala: " Ahhh vai com a sua mãe, Muleque chato" e lá vou eu com a maior paciência que Deus me deu e explico que não pode apertar, que ele não gosta e que ninguém fez isso com ela quando pequena.
Dia desses ela cortou o cinto de segurança do cadeirão dele, com ele sentado (eu tinha deixado ele lá pra ir ao banheiro) e quando eu menos espero ele tava caído no chão berrando, ela já veio gritando: "Mãe, eu não sabia que não podia cortar", eu não sabia se acudia ele ou ela, foi o maior sufoco. Sem contar nas vezes que ela pega ele do chão, olha pra mim e solta, daí ele cai e é aquele chororô.
Outra coisa que noto nela, eu tiro muitas fotos do tutu, simplesmente porque ele é bebê e é mais fácil, quando peço pra tirar foto dela ela faz cara de capivara com cãimbra, e diz que não quer tirar, até aí tudo bem, mas o ruim é o povo cobrar por uma coisa que não é fácil de fazer. Raramente ela faz pose e mais raro ainda consigo boas fotos dela, Me desculpem mas não vou compartilhar fotos dela feia, ela já sabe ver as coisas que posto e não ia se sentir bem, uma vez ela até reclamou, então eu sento com ela e vejo se posso mostrar e ela me ajuda a achar uma boa...
Na escola ela está em fase de alfabetização e no meio das férias começou a ler, isso era a teoria, pois a prática foi um caos, ela tinha regredido muuuito, foi preciso muita conversa e choro dela pra ela aceitar e deixar de lado a manha para que pudesse crescer.
Ela tem uma bagagem bem intensa pra uma criança de 6 anos, passou pela minha separação com o pai dela muito nova, e foi beeem turbulenta essa fase, fiquei com toda a responsabilidade da criação dela e muitas vezes não dei importância e briguei cm o pai na frente dela, mas apesar de tudo isso, sempre demonstrei e disse o quanto á amava, independente de pai ou não. Acho que esse foi o maior medo dela quando o Tutu nasceu, que tudo se repetisse, que ela me perderia....
Eu sei que é tudo ciúmes e que está ligado á falta de segurança, mas não sei mais o que fazer pra que isso pare, eu Amo os dois e não crio diferenças, apenas aproveito as fases de cada um, pois eles não são iguais, cada um tem seu momento "mãe, me ajuda" me sinto culpada por não saber como lidar com isso, apesar de sempre elogiar os acertos, explicar os erros e ajudar nas novas descobertas.
Enfim, sei que em trancos e barrancos, erros e acertos, nós vamos vivendo e aprendendo, ainda não achei o botão da "vida fácil" mas tô indo, tem dias de luta e dias de glória, dias de amor e dias de ódio. enquanto o ciúmes não passa eu luto pra formar uma pessoa confiante em si, segura de tudo e acima de tudo humilde, que saiba admitir que está errada, e vou te dizer, não é fácil.
Ser mãe é formar pessoas melhores pro futuro dentro de casa, é dar o seu melhor, aprender a melhorar os defeitos e tentar passar só coisas boas.
E o ciúmes? vou trabalhando nisso todos os dias, confiante que um dia passe e que eles se tornem companheiros pro resto da vida.
Bjos e até mais.
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