quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Parto agendado, comigo não funcionou!

Uma das coisas que sempre tive medo na vida é sentir dor, e não sei porque, pra mim parto e dor andavam lado a lado...

Na gravidez da Pi, minha mãe me dizia que contração é aquele negócio que parece uma furadeira que vai te furando dos pés á cabeça. Gente, perae, onde já se viu falar isso pra uma mãe de primeira viagem aos 15? Fala sério né! Mas foi o que ela vivia me falando. Minha vó, mais experiente, já dizia que não era tão ruim, masss eu não aguentaria a dor do parto normal, ela disse que eu sou muito mole (e pra dor eu sou mesmo).

Desde de que descobri estar grávida da Pi, meu maior medo era o modo como o bebê ia sair, e logo de início eu quis marcar o parto, mas o Dr. Leozinho me aconselhou a fazer o parto normal. Fui relutante e bati o pé que queria a cesárea agendada. 

Mal sabia eu dos malefícios de agendar um parto, naquela época eu não tinha metade das informações de hoje. O tempo foi passando e aos poucos eu fui me rendendo á tentar ter o parto normal. Quando chegamos na 36º semana, o meu médico achou melhor agendar mesmo, a Pi estava grande e corria riscos, principalmente por eu estar com a diabetes gestacional. Foi o maior rolo por causa das datas, e o hospital desmarcou na última hora, remarcamos, mas ela não esperou, eu entrei em trabalho de parto, e ela deu o ar da graça entre o dia que eu tinha escolhido e o dia que estava remarcado o parto. Foi cesárea, pois não tinha delatação e as contrações estavam muito perto. 

Só pra constar, na noite em que ela nasceu eu comecei a ter sangramento e dor, muita dor, a tal da contração, não foi igual á uma furadeira como minha mãe dizia e eu até gostei da sensação, vai ver foi porque eu estava ansiosa, não sei... 

Na segunda gestação não foi muito diferente, eu queria marcar porque achava lindo decorar o quarto, levar doces, petit fuor e tudo o mais, eu queria impressionar, afinal as circunstancias eram outras e na da Pi não tinha acontecido nada como planejado... 

Tive que mudar de medico no meio do caminho, pois o Dr. Leozinho não ia atender mais nenhum convênio e a consulta particular dele era R$400,00. O parto era R$12.000,00, mas como eu era paciente antiga ele fazia um desconto. Mesmo com o desconto eu preferi mudar de médico, era muito dinheiro pro meu pobre bolso assalariado... Sorte que eu já passava em um outro médico, o Dr. Benício, que ficava mais próximo do meu bairro.

Antes de passar por ele tive um outro também, indicado pelo dr. Leozinho, Super Mega Hiper graduado, mas muito seco e grosso, nem queria me dar guia de ultrassom, coisa que o outro me dava sem eu pedir, só tinha ido nele porque eu não sabia que o dr. Benício era obstetra também. Resolvi mudar de vez e seguir com o meu segundo gineco.

Dr. Benicio sempre me disse pra esperar a hora certa, que não queria agendar e talz, disse que o parto agendado era o melhor para as mães, os médicos e o hospital. Para as mães porque podiam organizar tudo, para os médicos, porque ganhavam mais e teriam mais comodidade e para o hospital porque ganhavam mais também. Mas não era o melhor pro bebê, muitas vezes eles poderiam não estar "maduros o suficiente", e poderia ter que ficar na UTI neonatal. Eu disse que ia pensar e ver quando estivesse perto da data prevista.

O tempo foi passando e eu claro, muito ansiosa que sou quis marcar o parto, principalmente por conta do trânsito, eu morria de medo de entrar em trabalho de parto e ganhar o bebê no meio da Avenida Tiradentes, ou do túnel do Anhangabaú, pois o corredor norte-sul é um caos! E também por medo das dores. Aliás, eu senti dores desde quando o Arthur era espermatozóide...

Quando chegamos na 35º semana começamos a falar sobre agendar, e ele me disse que era cedo, que o ideal é que se façam os partos a partir da 38º semana, quando o pulmão do bebê já está maduro. Eu nem queria mais ter que ir até ele a cada 15 dias, não aguentava mais aquilo, foi muito longa a gestação (em vista da gravidez da Pi) e queria ver o bebê logo.

Em uma das consultas ele resolveu marcar para o dia 11 de Setembro, uma terça feira. Ele já teria voltado de viagem, a do feriado do dia 7. Eu disse que o Tufinho não ia aguentar, mas ele disse que seria assim e que ele ia viajar, me avisou que nem adiantaria ligar, pois ele não ia ter como voltar, cruzei os dedos e aceitei, não tinha escolhas, afinal fazer o parto ates dele ir estava fora de hipótese, pois até o assistente dele estaria fora e não ia ter ninguém pra "passar a visita". Aff!

Ele viajou na quinta e na sexta eu entrei em trabalho de parto, avisei no hospital que teria que ser o plantonista, pois o meu médico estava viajando. Foi difícil, longo e cansativo, teve que ser cesárea também e dessa vez com um plantonista, que por sinal me atendeu Hiper bem (no parto, antes disso eu sofri)!




Bom, isso foi um resumo pra chegar á conclusão que mesmo eu marcando o parto dos dois, eles quiseram vir ao mundo no tempo deles, eu tive sim as dores de parto, mas não tive normal porque não deu.
Isso me faz crer que não devemos marcar pra trazer ao mundo o bebê, por conveniência ou capricho, eles tem o tempo deles, e nada melhor do respeitar isso, a menos que seja alguma coisa mais séria, aí eu super concordo, temos que garantir a segurança dos dois lados também.

Pensem bem e conversem com seus médicos, ninguém melhor do que eles pra ajudar nessas horas. Tentem ser o mais natural possível, no parto normal a recuperação é muito mais rápida e eficaz!

Beijos e boa noite.

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